Saída à Direita

23.08.2016

HERÓI ANÔNIMO

Recebi uma mensagem em um dos meus grupos do WhatsApp e me identifiquei com ela. Aproveitando que tenho uma coluna, faço questão de repassar este texto, que é de um autor anônimo e em poucas linhas demonstra sua forma de pensar. Segue a mensagem recebida: 

Ao Herói anônimo

"Hoje fui bem cedo tomar o café da manhã em uma padaria. Quando já estava no fim do lanche, entrou no local um jovem policial militar e pediu um pastel e uma xícara de café com leite. Ele passou por mim, disse "bom dia" e sentou na mesa logo ao meu lado. Antes dele chegar, eu estava perdido em pensamentos sobre minhas tarefas diárias. Mas depois que ele me cumprimentou, comecei a imaginar sobre a rotina desse rapaz.

Eu sairia da padaria para meu confortável e seguro escritório, e o jovem policial iria para as ruas. Colocaria sua vida em risco para proteger os cidadãos, em troca de uma remuneração indigna para sua nobre função. Talvez aquele pastel fosse sua última refeição. Talvez tivesse esposa, filhos, uma mãe que rezasse por ele. Que situações perigosas enfrentaria hoje? Estaria vivo ao final do dia? Não sei.

Enquanto fazia essas considerações, percebi porque fico tão chateado quando ouço certa ‘militância’ enxergando nos policiais apenas um “símbolo do Estado opressor”. Grande parte desses servidores é jovem, tem sonhos, ganha pouco e têm família para sustentar. Trabalham sempre sob risco e pressão. Um policial não deixa de ser policial quando tira a farda. Muitos morrem tentando evitar assaltos em horário de folga. E quantos ainda se deparam com marginais que já tinham prendido, mas graças ao nosso ultrapassado Código Penal estavam soltos novamente? Esses servidores também lutam contra o sistema.

Não vejo passeatas ou protestos quando um deles morre em serviço. No máximo o rodapé de um jornal, ou 15 segundos de notícia na TV. Por esses e outros motivos é que valorizo e admiro essa profissão. Reduzam os vencimentos dos políticos, diminuam o assistencialismo e remunerem melhor esses heróis anônimos. É vergonhoso como são tratados pelo mesmo Estado a que juram lealdade até a morte.

Terminei o café e ao sair falei ao jovem policial: “Até mais”. Ele acenou com a cabeça, já estava no fim do lanche e logo estaria na rua, dando a vida por nós. Tive vontade de dizer “Boa sorte, que Deus te proteja”, mas fiquei sem jeito. Em meus pensamentos, porém, desejei sorte, luz e proteção para o rapaz. Ele precisará muito mais do que o Neymar, o ídolo e "herói" da rede Globo.

(Autor Anônimo)

Winston Smith