Esporte | Grêmio
Segunda-feira, 26 de Maio de 2025
Grêmio transforma ambiente hostil em vitória sofrida contra o Bahia
Placar mínimo e dificuldade para atacar apontam que time ainda está longe de ter jogos tranquilos e ainda vai sofrer muito até a parada
O Grêmio conseguiu, neste domingo, dar o primeiro passo para reverter o ambiente hostil que se formou nos últimos dias. Em jogo marcado por protestos dentro e fora da Arena, o time de Mano Menezes bateu o Bahia por 1 a 0 e conquistou a sua segunda vitória em 10 partidas à frente do time. Contudo, a equipe está longe de mostrar que consegue vencer sem sofrimento.
De pênalti, Braithwaite abriu o placar aos 15 minutos da etapa final. O lance foi polêmico, já que o árbitro Bruno Arleu de Araújo foi chamado para revisão e manteve a decisão (veja abaixo). Na avaliação de PC de Oliveira, comentarista do Grupo Globo, não houve falta. Um erro depois de uma semana na qual a arbitragem foi assunto, inclusive com reunião na CBF.
Mano anteviu a pressão e, quando Cristaldo pediu para sair por conta do desgaste, optou pelo zagueiro Gustavo Martins na lateral direita. Ronald foi para o meio, formou a trinca de volantes, e o Tricolor segurou as investidas baianas. Ao todo, foram 14 finalizações do adversário, contra nove do Grêmio.
A estratégia no treinador gremista, ao final, deu certo. O Bahia acertou apenas três vezes na meta. Até o triunfo sobre o Bahia, o Tricolor tinha uma vitória em 13 partidas e estava na zona de rebaixamento do Brasileirão, além de ter caído para o CSA na terceira fase da Copa do Brasil.
Na frente, faltou qualidade
Novamente, faltou qualidade para atacar. O Grêmio teve dois chutes na meta. Cristaldo esteve apagado na maior parte do confronto até fazer a jogada que resultou no pênalti sofrido por Braithwaite.
Cristian Olivera pouco apareceu e Amuzu tentou dois chutes de fora da área, ambos sem oferecer perigo. Com dificuldades na marcação, o belga saiu no intervalo e foi substituído por Pavon, que novamente mostrou o porquê não tem a simpatia dos torcedores.
A posse ficou dividida — 50% para cada lado. Segundo Mano Menezes disse na entrevista coletiva, 70% do tempo em que o time gremista esteve com a bola, foi dentro do campo do adversário. Porém, é preciso saber o que fazer com ela.
Mesmo quando a estratégia passou a ser apostar no contra-ataque, a equipe teve dificuldades. Aravena e Arezo até tentaram puxar as jogadas, mas faltou parceria e qualidade para que os lances tivessem perigo ao rival.
Mano Menezes sabe que será assim, com sofrimento, que o Grêmio precisa sobreviver até as paradas para a data Fifa, de 2 a 10 de junho, e do Mundial, de 12 de junho a 13 de julho, quando espera ter tempo para treinar o grupo e "transformar" a produção da equipe, como ele mesmo se referiu em entrevistas anteriores.
Para aliviar a pressão
Com a vitória pela 10ª rodada do Brasileirão, o Grêmio interrompeu a sequência de cinco partidas sem vitórias e deu a primeira resposta, por mais que mínima, para o clima tenso com parte da torcida. Houve protesto de torcedores em frente ao CT Luiz Carvalho e, neste domingo, novo atos ocorreram dentro e fora do estádio.
Antes da partida, um grupo de cerca de 30 pessoas entoou cânticos contra a direção e os jogadores na área externa ao estádio, com uma faixa com os dizeres "time vagabundo" e "respeitem o Grêmio".
Dentro, no setor das organizadas, os instrumentos da banda foram largados no chão e não foram tocados durante parte do primeiro tempo. Gritos contra o presidente Alberto Guerra foram entoados mais de uma vez, antes e durante o jogo. Os resultados recentes explicam a bronca.
Na próxima quinta-feira, às 19h, o Grêmio recebe o Sportivo Luqueño, na Arena, para fechar a fase de grupos da Sul-Americana. Com dois pontos a menos que o Godoy Cruz, que enfrenta o Atlético Grau em casa, a partida pouco vale para o Grêmio, que deve se contentar com o segundo lugar e os playoffs da competição. Mano Menezes prevê preservações, mas não quer abrir brecha para empate ou derrota em casa, resultado que não contribuiria para a lenta reconstrução que tem feito.
G1