Internacionais | Atentado terrorista
Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025
Polícia acusa suspeito de atentado terrorista em praia da Austrália por 59 crimes
A Polícia da Austrália afirmou, nesta terça-feira (17), que acusou um dos suspeitos de realizar o atentado terrorista na praia de Bondi, em Sydney, por 59 crimes, incluindo "terrorismo".
Naveed Akram, de 24 anos, é suspeito de, junto com seu pai, Sajid Akram, de 50 anos, ter matado 15 pessoas e ferido outras 40, incluindo dois policiais, durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah.
Sajid morreu em combate com a polícia após o atentado. Já Naveed ficou gravemente ferido e chegou a ficar em coma no hospital.
Segundo as autoridades, o crime pode ter sido inspirado por ideologias do Estado Islâmico.
"Indícios iniciais apontam para um ataque terrorista inspirado pelo Estado Islâmico", disse o porta-voz em coletiva.
O veículo dos dois homens suspeitos de realizarem o ataque continha bandeiras, feitas a mão, do grupo terrorista. O automóvel está registrado no nome do mais novo.
Os policiais afirmaram, ainda, que os dois teriam viajado para as Filipinas um mês antes de cometer o ataque.
“Os motivos pelos quais eles foram às Filipinas, o objetivo dessa viagem e os locais por onde passaram estão sendo investigados neste momento”, disse o comissário da Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, a jornalistas.
Segundo a agência France-Presse, o pai entrou nas Filipinas com um passaporte indiano e o filho com um passaporte da Austrália.
O ataque
Dois homens dispararam tiros contra as pessoas que comemoravam a data no local. Os suspeitos são pai e filho, de acordo com a polícia. O pai, um homem de 50 anos, tinha licença para armas e morreu em confronto com as autoridades. Já o filho, de 24, foi detido com ferimentos graves, mas sua situação é estável.
A idade das vítimas vai de 10 a 87 anos. A mais jovem, uma menina, morreu no hospital.
Durante uma coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um "incidente terrorista".
Entre os mortos, está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, noticiaram os jornais britânicos The Guardian e BBC News. Um israelense também morreu durante o ataque.
O Jerusalem Post informou que um de seus colaboradores, Arsen Ostrovsky, chefe do escritório de Sydney do Australia/Israel & Jewish Affairs Council, também ficou ferido.
O Itamaraty disse que, até o momento, não há informação sobre brasileiros atingidos.
Mal Lanyon disse que a polícia concluiu que não houve participação de um terceiro suspeito. 40 pessoas foram atendidas em diversos hospitais de Sydney, incluindo dois policiais.
"O estado de saúde desses agentes e dos demais feridos é grave", afirmou Lanyon.
'Pessoas ajudaram idosos a se levantar e sair', relata testemunha
Ainda durante a coletiva, o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, disse que "o ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney, no primeiro dia do Hanukkah".
Imagens mostram um dos atiradores sendo desarmado por um homem após os ataques (veja vídeo abaixo).
"É a cena mais inacreditável que já vi: um homem se aproximando de um atirador que havia disparado contra a comunidade e, sozinho, o desarmando, colocando sua própria vida em risco para salvar a vida de inúmeras outras pessoas", disse Minns.
O homem que desarmou o atirador foi atingido por dois disparos, um no braço e outro na mão, mas se recupera bem no hospital, segundo um parente, disse o jornal "Guardian". Ele tem 43 anos e é vendedor de frutas.
No Reino Unido, a polícia vai reforçar o policiamento em comunidades judaicas após o ataque na Austrália. O Hanukkah, o festival judaico das luzes, começa na noite de domingo, com celebrações previstas em todo o Reino Unido nos próximos dias.
G1








