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Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2024

Análise: fracasso de 2023 não pode mais servir como muleta para os erros do Botafogo

Equipe sofreu empate contra o Aurora nos minutos finais em jogo da Conmebol Libertadores

A parte psicológica, assunto tão levantado no Botafogo desde a perda do Campeonato Brasileiro de 2023, não foi a principal culpada no empate por 1 a 1 contra o Aurora, em Cochabamba, pela segunda fase da Conmebol Libertadores. Foi mais uma partida em que o time levou um gol nos minutos finais e perdeu uma grande chance de vitória.

Desde que Tiago Nunes chegou, temas que remetessem a derrocada do ano passado e uma possível virada de chave viraram comuns em entrevistas. Foi assim da partida contra o Madureira, na estreia da temporada, até a derrota para o Vasco, no último domingo.

Em campo, porém, a chave parece ainda estar indo na mesma direção em alguns sentidos. Contra o Aurora, no Félix Capriles, o Botafogo mostrou a mesma descontração que demostrara em jogos na reta final do ano passado. O time boliviano pressionou bastante nos minutos decisivos da partida e chegou ao empate aos 51 minutos do segundo tempo.

O Botafogo começou o jogo mal, com pouco sucesso no ataque. O time se reequilibrou após os 20 minutos do primeiro tempo, quando Tiquinho Soares perdeu um pênalti. Foi justamente pelo posicionamento do camisa 9, que passou a atuar mais recuado e vir ao lado de Eduardo para receber a bola, que o Alvinegro cresceu.

Júnior Santos abriu o placar em lance de oportunismo e o time não sofreu muito mais no primeiro tempo. Controlava a posse de bola e, mesmo sem acelerar muito, tinha espaço nas costas da desorganizada defesa do Aurora apesar dos efeitos da altitude.

Como tem sido um padrão em 2024, o Botafogo perdeu força no segundo tempo. A parte física, naturalmente, pesou, e as mudanças de Tiago Nunes foram para manter o time competitivo. A postura, porém, mudou. O Alvinegro pouco atingiu o rival e abdicou da posse de bola inteligente, na busca apenas por um contra-ataque - na chance que teve, Eduardo errou passe fácil pars Savarino, que sairia cara a cara com o goleiro Akologo.

Dos 35 minutos para frente, praticamente só deu Aurora. Muitas das bolas levantadas pelos bolivianos na área eram cortadas por Lucas Halter, Danilo Barbosa e Alexander Barboza - trio de boa atuação em Cochabamba. O Botafogo, porém, não tinha reação: pegava a bola e praticamente devolvia ao adversário. Uma hora o castigo chegou: gol aos 51 minutos.

É difícil até mesmo analisar a parte psicológica de uma equipe que liderou o Brasileirão por 31 rodadas, mas isso não deveria servir como desculpa para explicar erros técnicos dentro de campo. No gol, Jair Torrico recebe passe livre porque Tchê Tchê não marca ninguém. O atleta do Aurora passa fácil por Marlon Freitas e Danilo e acerta uma boa finalização.

Não houve o "peso de 2023" em um lance gerado por seguidos erros individuais que geraram um problema coletivo. A mudança por um "ano novo" precisa começar de dentro para fora. O jogo da volta é na próxima quarta-feira, às 21h30, no Estádio Nilton Santos. O Botafogo joga por uma vitória simples pela classificação.

 G1