Esporte | Fórmula 1
Quinta-feira, 30 de Outubro de 2025
Eleição da FIA é alvo de ação judicial em Paris
Pilota suíço-francesa contesta regras que impediram sua candidatura e questiona falhas democráticas na entidade que regula o torneio
A pilota suíço-francesa Laura Villars acionou a Justiça de Paris para contestar as regras que a impediram de disputar a presidência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) contra o atual presidente, Mohammed Ben Sulayem.
A eleição está marcada para dezembro, mas o dirigente dos Emirados Árabes Unidos deve ser reconduzido ao cargo sem oposição para um segundo mandato.
Villars, de 28 anos, anunciou sua candidatura em setembro, mas não conseguiu formar a chapa exigida pela FIA até o prazo de 24 de outubro.
Cada concorrente precisa indicar um vice-presidente de cada região global da entidade. A lista oficial tem apenas uma representante da América do Sul, a brasileira Fabiana Ecclestone, que já integra a equipe de Ben Sulayem.
Em comunicado de 27 de outubro, Villars informou que o Tribunal Judicial de Paris autorizou a convocação da FIA para uma audiência de emergência em 10 de novembro.
O advogado de Villars, Robin Binsard, afirmou que a Justiça está “levando a sério as falhas democráticas graves dentro da FIA, além de várias violações de seus estatutos e regulamentos que denunciamos”.
Clamo pela democracia
A ação foi apoiada pelo norte-americano Tim Mayer, ex-comissário da Fórmula 1, que também pretendia concorrer, mas não conseguiu.
Mayer, filho do ex-dirigente da McLaren Teddy Mayer, criticou o processo eleitoral neste mês, afirmando que ele oferece apenas “a ilusão de democracia”.
“Na América do Sul, apenas uma pessoa se candidatou ao Conselho Mundial do Automobilismo. Na África, apenas duas. Todos estão ligados ao atual presidente. O resultado é simples”, disse Mayer. “Ninguém além do atual dirigente pode concorrer dentro do sistema da FIA.”
Villars afirmou que sua iniciativa não é contra a FIA, mas em defesa da entidade. “A democracia não é uma ameaça à FIA; é sua força”, declarou.
Posicionamento da FIA
A FIA, sediada em Paris, classificou a eleição presidencial como “um processo estruturado e democrático, que garante justiça e integridade em todas as etapas”.
A entidade afirmou que as regras eleitorais não são novas e estão definidas em seus estatutos e regulamentos internos disponíveis publicamente no site oficial.
“Devido à natureza do processo, a FIA não pode comentar esta ação judicial e não fornecerá novos esclarecimentos sobre o assunto”, disse um porta-voz.
CNN Brasil








