Internacionais | Eleição em Hong Kong
Domingo, 07 de Dezembro de 2025
Hong Kong vai às urnas neste domingo (07) após incêndio mortal
Eleição é vista como um teste importante para o controle de Pequim em meio à indignação de moradores após o maior incêndio da cidade em quase 80 anos
Cidadãos de Hong Kong vão às urnas neste domingo (07) para eleger membros para o Conselho Legislativo, nas quais apenas candidatos considerados "patriotas" pelo governo apoiado pela China podem concorrer às 90 cadeiras do parlamento.
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As eleições acontecem enquanto autoridades se esforçam para evitar uma reação mais pública mais ampla após o maior incêndio da cidade em quase 80 anos.
A segurança foi reforçada no distrito de Tai Po, no norte da China, próximo à fronteira com o continente, onde um incêndio consumiu sete torres do conjunto habitacional Wang Fuk Court. Cerca de 100 policiais patrulhavam a área na manhã de domingo.
Parte dos moradores ainda sofre as consequências do incêndio que matou pelo menos 159 pessoas e levou quase dois dias para ser extinto após ter começado em 26 de novembro.
As autoridades afirmam que materiais de construção de baixa qualidade usados na reforma de um conjunto habitacional foram os responsáveis por alimentar o fogo.
Ansiosas por conter a indignação pública, as autoridades iniciaram investigações criminais e de corrupção sobre o incêndio.
Em um memorial perto do conjunto residencial incendiado, uma placa indicava que as autoridades planejavam desocupar a área após o término das eleições, por volta da meia-noite, o que sugere preocupação do governo com a indignação pública.
Um morador de quase 80 anos chamado Cheng, que vive perto dos prédios carbonizados, disse que não votaria.
"Estou muito chateado com o grande incêndio", disse ele durante uma caminhada matinal. "Isso é resultado de um governo falho... Não existe um sistema saudável agora e eu não votarei para apoiar esses políticos pró-governo que nos decepcionaram."
O gabinete de segurança nacional de Pequim em Hong Kong afirmou que reprimirá qualquer protesto "anti-China" após o incêndio e alertou contra o uso da tragédia para "desestabilizar Hong Kong ".
Autoridades também advertiram veículos de comunicação estrangeiros, em uma reunião realizada na cidade no sábado (6), para que não divulguem "informações falsas" nem "difamem" os esforços do governo para lidar com o incêndio.
O incêndio representa um teste importante para o controle de Pequim sobre a antiga colônia britânica, que foi transformada sob uma lei de segurança nacional após protestos pró-democracia em massa em 2019.
CNN








