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Sábado, 13 de Abril de 2024

Inter faz só um gol em quase 60 finalizações e enfrenta crise no ataque após investimentos altos

Antes ponto forte, setor ofensivo se torna ineficiente nos últimos quatro jogos, e time de Eduardo Coudet precisa lidar com momento de pressão às vésperas do Brasileirão

Badalado pelos investimentos e nomes de peso, o ataque do Inter enfrenta uma seca de gols que reflete nos resultados e na pressão sobre o trabalho do técnico Eduardo Coudet e jogadores. A pontaria descalibrada voltou à tona no tropeço com o Real Tomayapo. O time marcou apenas uma vez nos 58 arremates dados nos últimos quatro jogos e escancara uma crise momentânea no setor.

O único gol na série de quatro empates seguidos foi feito por Renê, em jogada ensaiada de bola parada, nas semifinais do Gauchão, contra o Juventude. Em média, neste recorte, a equipe finalizou 14,5 vezes por partida. Para efeitos de comparação, a média no ano é de 15,2 por jogo.

Coudet lamenta a fase instável dos homens de frente. O técnico argentino defende que a equipe tem criado as situações de perigo e concorda que o time falha na hora de transformar o volume em gols. O que gera nervosismo e perda de confiança para o grupo.

– Os últimos quatro jogos fizemos um gol. Temos as situações, mas não convertemos. Isso gera nervosismo. E sempre tem que jogar no espaço curto. O déficit principal é não converter. Eles (Tomayapo) praticamente não chutaram. No último jogo (Belgrano), uma vez. Não lembro de muitos chutes contra nosso goleiro. Nosso déficit principal é não fazer gol – explicou Coudet.

Finalizações do Inter nos últimos quatro jogos*

  • Inter 0x0 Tomayapo: 29 finalizações - 2ª rodada grupos Sul-Americana
  • Belgrano 0x0 Inter: 9 finalizações - 1ª rodada grupos Sul-Americana
  • Inter 1(5)x(6)1 Juventude: 10 finalizações - semifinal volta do Gauchão
  • Juventude 0x0 Inter: 10 finalizações - semifinal ida do Gauchão

Ironicamente, o ataque foi o setor que o Inter mais investiu nas últimas janelas. Valencia, Borré e Alario são os carros-chefe dos últimos movimentos do presidente Alessandro Barcellos no mercado. Somados, o colombiano e o argentino custaram, aproximadamente, R$ 36 milhões.

Borré soma três jogos pelo clube, com 208 minutos em campo, e ficou marcado por perder chances de gol contra Nova Iguaçu, Belgrano e Tomayapo. O jogador ainda não fez gol em 2024. A ansiedade, de acordo com o centroavante, pode ser uma das explicações para os erros.

– Sim, claro (teve ansiedade). É normal. Criamos muitas situações de gol (contra o Tomayapo). Temos que trabalhar muito para terminar bem as jogadas e depois poder matar o jogo – resumiu Borré.

O cenário piora à medida em que Enner Valencia, líder em participações em gols na temporada, segue afastado dos treinos e jogos por conta de lesão no pé direito. O equatoriano soma seis gols e três assistências.

Alan Patrick, referência técnica da equipe, também fica fora das primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. O meia sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda no empate sem gols com o Real Tomayapo. A responsabilidade recai para Alario, Borré, Mauricio e Wanderson.

Inter na temporada

  • 18 jogos
  • 12 vitórias
  • 5 empates
  • 1 derrota
  • 75,9% de aproveitamento
  • 29 gols marcados (média 1,61)
  • 8 gols sofridos (média 0,44)

O elenco colorado terá mais uma atividade de preparação para o duelo de sábado, 18h30, contra o Bahia, pelo Brasileirão. Embora a invencibilidade de 14 jogos, um tropeço em casa pode colocar em xeque o trabalho de Coudet.

Com a necessidade de reencontrar o caminho das vitórias, o time do Inter deve ir a campo no Beira-Rio com: Rochet; Bustos, Vitão, Mercado e Renê; Thiago Maia, Mauricio, Aránguiz e Wanderson; Borré e Alario.

G1