Internacionais | Escolta militar

Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025

Maduro ordena escolta militar a petroleiros venezuelanos após 'bloqueio total' de Trump, diz jornal

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou que os navios petroleiros do país recebam escolta militar após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter ordenado um "bloqueio total" aos petroleiros venezuelanos sancionados, segundo o jornal americano "The New York Times".

Os navios que deixaram a Venezuela entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira já receberam escolta da Marinha chavista, afirmou o jornal em reportagem publicada na quarta. As embarcações, que rumaram em direção à Ásia, não eram alvo de sanções internacionais.

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A ordem de Maduro acirra ainda mais as tensões entre a Venezuela e os EUA, porque, segundo o "New York Times", a maior circulação de navios de guerra aumenta o risco de um eventual embate com a Marinha americana —que posicionou uma presença de grande escala no Mar do Caribe nos últimos meses a mando de Trump.
O movimento ocorre após Trump ter anunciado, na terça-feira, que a Venezuela está "completamente cercada" e determinado um bloqueio total a petroleiros alvos de sanções que entram e saem do país sul-americano. Em resposta, o governo Maduro repudiou a atitude dos EUA, que chamou de "ameaça grotesca".

Isso tudo adicionou uma nova camada à escalada de tensões sem precedentes entre os dois países. A escalada conta com uma mobilização militar em grande escala dos EUA no Caribe, bombardeios a barcos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico e a apreensão de um navio petroleiro venezuelano. (Leia mais abaixo)

Segundo dados da organização Transparência Venezuela, 40% das embarcações que transportam petróleo bruto venezuelano operam em situação irregular. Ou seja, o alerta emitido nesta terça-feira pelo presidente americano tem potencial para fazer um estrago na economia do país caribenho.

Os aliados Rússia e a China expressaram apoio ao regime Maduro nesta quarta-feira. Moscou afirmou que as tensões na América Latina podem trazer "consequências imprevisíveis" ao Ocidente, e Pequim disse "se opor a qualquer forma de assédio unilateral". Além dos aliados, a ONU e os governos do México e da Alemanha também se pronunciaram na quarta-feira.

Apesar do anúncio de Trump, o governo Maduro afirmou nesta quarta-feira que a exportação do petróleo e a navegação de navios petroleiros venezuelanos continuam normais.

G1