Internacionais | Guerra química?

Sábado, 04 de Maio de 2024

O que é cloropicrina, arma química da 1ª Guerra que Rússia é acusada de usar na Ucrânia

Pelo menos 500 soldados ucranianos foram atendidos por exposição a gases tóxicos, segundo a Reuters.

Os Estados Unidos acusaram a Rússia de usar armas químicas como “método de guerra” na Ucrânia, violando as leis internacionais que proíbem sua utilização.

Autoridades do Departamento de Estado americano disseram que a Rússia usou o agente asfixiante cloropicrina para obter “vitórias no campo de batalha” sobre a Ucrânia.

A alegação, que as autoridades americanas afirmam não ser um incidente “isolado”, violaria a Convenção sobre Armas Químicas (CWC, na sigla em inglês), que a Rússia assinou.

O Kremlin rejeitou as acusações, chamando-as de “infundadas”.

Seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse a jornalistas em Moscou que a Rússia cumpre seus compromissos com base na CWC, que proíbe os Estados de desenvolver ou adquirir novas armas.

O que é a cloropicrina

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), um órgão de fiscalização global que supervisiona a implementação da CWC, afirma que uma arma química é uma substância usada para causar morte ou dano intencional por meio de suas propriedades tóxicas.

Os EUA dizem que a Rússia utilizou a cloropicrina para “expulsar as forças ucranianas de posições fortificadas”.

Esta substância oleosa foi amplamente utilizada durante a Primeira Guerra Mundial.

Ela causa irritação nos pulmões, nos olhos e na pele, e pode provocar vômito, náusea e diarreia, de acordo com os Centros de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.

O uso desta substância química na guerra é expressamente proibido pela CWC — ela é classificada como um agente asfixiante pela Opaq.

O presidente americano, Joe Biden, já havia advertido a Rússia contra o uso de armas químicas na Ucrânia.

Em março de 2022, semanas depois de Moscou lançar sua invasão, Biden prometeu que o presidente russo, Vladimir Putin, pagaria um “preço alto” se autorizasse o uso de armas químicas.

“Nós responderíamos se ele usasse. A natureza da resposta dependeria da natureza do uso”, declarou Biden, na ocasião.

Mas há relatos consistentes de que Moscou ignorou este aviso.

A secretária adjunta para Controle de Armas dos EUA, Mallory Stewart, disse anteriormente que a Rússia estava usando agentes de controle de distúrbios (gás lacrimogênio) no conflito.

E a Ucrânia afirma que suas tropas têm enfrentado cada vez mais ataques químicos nos últimos meses.

A agência de notícias Reuters informou no início deste ano que as forças russas haviam usado granadas carregadas com gases lacrimogêneos CS e CN.

A reportagem acrescentava que pelo menos 500 soldados ucranianos haviam sido atendidos por exposição a gases tóxicos — e que um morreu após ser asfixiado com gás lacrimogêneo.

Três organismos russos ligados ao programa de armas biológicas e químicas do país foram sancionados pelo Departamento de Estado por seus vínculos com a produção de agentes químicos.

Outras empresas que contribuíram com as entidades governamentais também foram sancionadas.

G1