Após assistir à entrevista de José Alberto "Beto" Kozerski no quadro Atravessando Fronteiras, apresentado por Cíntia Arruda no Correio do Lago, o multifacetado artista Luiz Carlos Prestes Filho — compositor, cineasta, jornalista, ator e escritor — foi inspirado a escrever um poema em homenagem ao pioneiro de Santa Helena. Intitulado "O Marceneiro do Passado", o texto celebra a trajetória de Kozerski e sua contribuição para a construção da identidade da cidade.

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Reproduzimos o poema na íntegra:

O MARCENEIRO DO PASSADO
para Beto Kozerski

Há muitos anos atrás, quando o marceneiro
Foi morar em Santa Helena: "Faltava fazer tudo"
As poucas ruas que existiam
Tinham acabado de ser traçadas

Com sua plaina, formão, furadeira,
Esquadro, tupia, serra, lixadeira
Ele passou a inventar, desenhar
Se divertir, ornar, decorar

Foram centenas de portas, janelas
Pisos, mesas, cadeiras, bancos
Telhados, coberturas
Altares, suportes para santos

Certo momento, de repente
O tempo da madeira se foi
O tempo do alumínio, do plástico
A cidade engoliu, desfigurou

Sem a mão do marceneiro
Os produtos pré-fabricados
Perfeitos, sem as falhas da madeira
A alma da cidade esvaziaram

O antigo marceneiro ainda persiste
Nas velhas casas, nas estantes
Onde estão os documentos do início
Do futuro que ainda seria traçado

Luiz Carlos Prestes Filho
Rio de Janeiro - Santa Helena
*24 de junho de 2025*

Veja a matéria com Beto Kozerski: 

“Atravessando Fronteiras”: Cintia Arruda estreia quadro de entrevistas com José Alberto Kozerski, pioneiro de Santa Helena 

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