Brasil | Transição energética
Terça-feira, 04 de Novembro de 2025
Transição energética: como o Brasil quer liderar a mudança global
País chega à COP30 com matriz elétrica renovável e aposta em biocombustíveis, hidrogênio verde e novas regras para o mercado de carbono
A transição energética será um dos temas mais estratégicos da COP30, que acontece a partir do dia 10, em Belém. O Brasil quer mostrar que já tem uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo — cerca de 90% renovável — e que está pronto para liderar a mudança global rumo a uma economia de baixo carbono.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), as prioridades do país passam por garantir segurança energética, reduzir emissões e ampliar o uso de tecnologias limpas em todos os setores da economia.
Entre as políticas em destaque estão a Lei do Combustível do Futuro, que aumenta a mistura de biocombustíveis — 30% de etanol na gasolina e 15% de biodiesel no diesel — e cria regras para o combustível sustentável de aviação (SAF). O governo também aposta no marco legal do hidrogênio de baixa emissão, aprovado em 2024, e em novos incentivos ao uso de biogás e metano.
Outro destaque é o Energias da Amazônia, que substitui usinas a diesel por fontes renováveis ou híbridas em áreas isoladas — como Roraima, que agora recebe energia do Linhão Manaus–Boa Vista.
Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e analista de clima da CNN Brasil, Pedro Côrtes, os projetos de transição energética também podem gerar créditos de carbono, mas o desafio global está nas regras.
“Em Belém, esse tema vai dominar boa parte das negociações. Falta acordo internacional sobre as regras do jogo. Sem transparência e critérios sólidos, os investidores fogem da incerteza. Para o Brasil, acertar isso é estratégico”, explica.
CNN








