Internacionais | Roubo e pirataria

Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2025

Venezuela acusa EUA de "roubo" e "pirataria" após apreensão de petroleiro

Governo americano disse que executou mandado contra embarcação que transportava petróleo sancionado e divulgou imagens da ação na costa venezuelana

A ditadura de Nicolás Maduro denunciou o que chamou de "roubo descarado" e "pirataria internacional", depois que os Estados Unidos interceptaram um petroleiro na costa venezuelana nesta quarta-feira (10).

"A República Bolivariana da Venezuela denuncia e repudia energicamente o que constitui um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos Estados Unidos, que confessou o assalto a um navio petroleiro no mar do Caribe", diz a nota do regime.

Mais cedo, o presidente americano Donald Trump havia confirmado que os Estados Unidos apreenderam o petroleiro na costa venezuelana. De acordo com o governo americano, a embarcação transportava petróleo sancionado.

"A verdadeira razão da agressão prolongada contra Venezuela não é a imigração, não é o narcotráfico, não é a democracia, não são os direitos humanos. Sempre se tratou das nossas riquezas naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem ao povo venezuelano", segue a nota.

O comunicado do regime afirma ainda que o "ato de pirataria busca distrair a atenção e encobrir o fracasso do espetáculo político montado em Oslo", referindo-se à entrega do Nobel da Paz para a líder da oposição María Corina Machado.

A opositora não conseguiu chegar a tempo da cerimônia, mas anunciou que estava a caminho da Noruega, onde deve ter compromissos nesta quinta-feira. María Corina está escondida desde as eleições que a oposição afirma ter vencido. Ela teria deixado a Venezuela de barco e seguido para a ilha caribenha de Curaçao em tentativa secreta de chegar à Noruega, segundo o Wall Street Journal.

Petroleiro apreendido

A apreensão do petroleiro foi confirmada pelo presidente americano Donald Trump. "Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande, o maior de todos os tempos, na verdade, e outras coisas estão acontecendo", disse.

Perguntado sobre o que aconteceria com o petróleo, Trump respondeu: "Ficamos com ele, eu acho".

O governo Trump tem reforçado a presença militar no Caribe sob a justificativa de combater o tráfico de drogas. Mas a ditadura de Nicolás Maduro afirma que o objetivo dos Estados Unidos é a mudança de regime na Venezuela;

Essa foi a primeira ação conhecida contra um petroleiro desde que Donald Trump ordenou um aumento militar maciço na região.

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, postou no X que o FBI, a Segurança Nacional e a Guarda Costeira, com o apoio dos militares dos EUA, executaram um mandado de apreensão de um petroleiro usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã.

Um vídeo de 45 segundos postado por Bondi mostrou dois helicópteros se aproximando de uma embarcação e indivíduos armados em camuflagem fazendo rapel sobre ela.

As autoridades do governo Trump não informaram o nome da embarcação.

O grupo britânico de gerenciamento de risco marítimo Vanguard disse que se acreditava que o petroleiro Skipper havia sido apreendido na Venezuela na madrugada desta quarta-feira. Os EUA impuseram sanções ao petroleiro pelo que Washington disse ser o envolvimento no comércio de petróleo iraniano quando era chamado de Adisa.

O Skipper deixou o principal porto petrolífero da Venezuela, Jose, entre os dias 4 e 5 de dezembro, depois de carregar cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo bruto pesado Merey da Venezuela, de acordo com informações de satélite analisadas pelo TankerTrackers.com e dados internos de remessa da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA.

CNN